terça-feira, 17 de agosto de 2010
Família.
Acordou devagar, abrindo os olhos pesados, como se não quisesse acordar pra ver o mundo a sua volta. Estava sozinho, como quis por toda a vida. Sempre pedira para morar só, viver só, não ouvir aquelas vozes que pareciam gritar mesmo falando aos sussuros… Mas naquela manhã o céu parecia mais negro, o vento mais frio, o gosto de sua saliva mais amargo. Era a decepção batendo em sua porta e mostrando a tristeza que lhe foi plantada no coração. Sentia falta do calor, do brilho do sol, dos abraços de sua família, dos gritos de seus irmãos, da casa bagunçada e das cantorias aos domingo. Durante muito tempo sentira tanta raiva de sua família que o contrariava que nem fotos tinha mais. Agora percebia que era só a confusão de um adolescente, não gostava de ser contrariado, mas agora contrariava a si mesmo e a tudo que havia dito para si a vida toda, sair de casa era o que sempre quis, mas a gora voltar era preciso. Lembrou-se de sua mãe, queria ver seus cabelos grisalhos de novo. Abriu a porta, saiu correndo.
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