terça-feira, 3 de janeiro de 2012
Magia.
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Liberdade.
A cabeça pirada, a pele arrepiada, o cabelo fora da cabeça, o sorriso mais verdadeiro no rosto, as unhas pintadas de preto, a pele fria e branca de sempre. O vento necessário pra levar embora o medo, as antipatias e trazer a alucinação, a loucura, a novidade, a descoberta, e que essa tenha um novo sabor na sua boca.
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Notas de vida.

Te perguntam o que é a música pra você. Nunca sabe responder. Nunca sabe definir. Deve ser pelo motivo de não se saber definir a vida. A música na verdade é a vida. A música é a união de notas, união de instrumentos, união de melodias. Cada melodia é uma história pra contar; Cada instrumento é uma parte da vida das pessoas.
O acorde do violão é o mar oscilando, batendo na orla da praia, indo e voltando, levando e trazendo os sentimentos, a calmaria. A flauta é o doce sorriso de uma criança, a doçura mais pura e verdadeira. Os solos de bateria, a loucura, o desespero, o sair da linha, o fugir. A guitarra é o sexo, a intensidade, o arrepio na pele, as unhas na pele. O acordeon é o dançar que toma conta do corpo, o rodopio que insiste em sair de seus pés, o sonho. O baixo é a base, a família; no conjunto da obra por vezes você não nota a presença dele ali, porém, ele ali faz toda a diferença. O teclado é o romantismo, o amor. O ukelele é a nova vida, o filhote. A cuíca é o gemido de dor de um coração despedaçado. O pandeiro é o rebolado. O saxofone é a descrição do prazer, o deslizar das mãos no corpo do outro. O chocalho é a chuva que lava as almas, que faz treme a calha do telhado. E por fim o triângulo; que é só um único som; que é o único pequeno brilho, o sorriso, o detalhe que faz a vida toda valer a pena.
domingo, 21 de agosto de 2011
Melhor.

Poucas e pequenas coisas dessa vida a deixava feliz, ela buscava fazer uma lista dessas coisas para nunca se esquecer, não precisava ser por intensidade, não precisava ser grande, só precisava que fosse para que ela nunca deixasse de realizar. Começou por dançar chacoalhando a cabeça; falar bobagens; rodopiar; soltar-se; sentir-se livre; segurar mãos; fechar os olhos e gritar canções; discutir a paz; falar de amor; contar seu dia; abraçar; sorrir; olhar o céu; contas suas histórias do fim de semana; escutar a vida dos outros, confortar; ser confortada... Mas notou que se fizesse tudo sozinha não teria graça alguma. Que se estivesse sozinha nesses momentos que eram os únicos que a faziam feliz, nem sua pouca felicidade existiria mais. Notou que na verdade, não eram os momentos. Eram as suas companhias. Não era o dançar chacoalhando, nem o falar, nem o rodopiar, nem o segurar as mãos que a faziam feliz. Eram as pessoas com quem ela estava fazendo aquilo. Sem essas pessoas nada teria a magia que tinha. E com elas até a calçada do boteco sujo, tinha magia. Ela rasgou sua lista. E começou uma nova e melhor. Chamou-a de "Amigos", para que nunca pudesse esquecer deles.
quinta-feira, 28 de julho de 2011
Sombras.

Esconde-se atrás de um lindo rosto, um vestido curto, um cabelo enrolado, uma sandália de flor, uma flor no cabelo; Esconde-se atrás de seus livros, seus romances, suas histórias inventadas de casais, seus rodopios pela casa clara e iluminada pelo dia de um céu ensolarado. A forte ilusão tomava conta de seus sonhos; fantasias tomavam conta de seu corpo. No escuro de seu quarto tirava sua máscara de menina feliz. Mostrava seu rosto daquela que fugia de um mundo que a julgaria; de um mundo que não a aceitaria do jeito que ela seria por ela mesma. Ela se encolhia e contornava sua sombra, feita pela luz da lua na parede, com o dedo, no canto de seu quarto, seu refugio. No seu mundo, o mundo em que ela vivia do seu modo, seu jeito, com seus próprios rodopios, ela dançava pelo seu quarto, marcado na paredes pelas sobras que refletiam o mundo no qual ela queria viver.
Aquela vida ilusória que ela vivia não cabia mais em sua cabeça; sai pelos ouvidos, corria pela pele, descia pelos olhos, melava suas unhas, lavava seu rosto de alegria, mexia seus cabelos com o vento, tocava sua música que mexia seus dedos dos pés com a delicadeza de um pássaro atravessando o céu.
Os carros passaram na rua, iluminaram seu quarto e a fizeram lembrar de onde ela estava; Não era onde ela queria ir, era onde ela tinha como ficar; Sempre escondida naquela máscara de mentiras.
(inspirado no livro de Suzy Lee - Sombra)
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Conselho.

Se o que você sempre quis foi um conselho, aqui vai... Prepare-se. Pode ser tudo que você sempre quis escutar, pode ser tudo que você tinha medo só de imaginar. Presta atenção. Vai sair. Tomar um ar de graça, vai sorrir pra sentir amada, vai correr pelo mundo a fora, vai viver que a vida não demora, vai sonhar com doces de padaria, vai comprar um doce de padaria, vai chorar as lágrimas da vida, as rasteiras, as angustias, as coisas loucas. Vai sambar, se solta. Solta esse cabelo, tira esse sapato, bota o pé no chão, mas depois tira, vai viver essa ilusão. Bota a vida na corda bamba, deixa ela escorregar. Bota o cabelo no ar, toca o céu com as mãos, fecha esses olhos e começa a voar. Não se esquece de ler, mas vai ler um livro animado. Chega de romances meia boca, de comédias muito loucas. Vai ler o que os teus amigos escreveram daquela noite louca, longa, bela noite. Vai sorrir a vida dura, vai cantar a noite toda. Esquece o senso numa boa e vai rodar feito uma louca. Te anima, minha mina. Sobe nas costas dele, segura aquela mão, aperta e beija aquela boca, diz que é louca e para de andar sozinha. Vai pra praia, vai tomar banho de mar e vibra louca pro dia raiar. Solta um palavrão, até 2, deixa a raiva pra lá. Esquece a tristeza, principalmente a que não for sua. Para de citar Clarisse Lispector, Florbela Espenca, Caio Fernando, Vinícius e vai se citar, se situar. Não deixa que te ensinem o que é o amor, vai amar. Vai sentir. Não deixa o medo tomar conta de você. Não nega nunca o teu amor pelo samba, aquele samba da lapa. Não nega o teu rock, teu sex pistols, teu punk, teu hardrock. Para de tentar agradar os outros. Quem te amar de verdade vai amar cada espinha no teu rosto. Olha no outro do outro. Anda na chuva, corre com os moleques, joga futebol. Quer mudar? Muda. O Arnaldo Antunes trocou o moicano pelo terno. E nem deixou de ser ele.
Não esquece agora do que eu te falei. Vive a vida. Sem medo. Nada mais.
domingo, 13 de março de 2011
Ritmo.

Perder o compasso da minha cabeça, dos meus pensamentos, da minha razão. Mesmo que pareça pisar devagar nesse chão, minha vontade é exagerar, deixar correr qualquer bobagem, qualquer besteira, deixar sair do foco, refletir confuso ou não refletir, só absorver seu brilho, absorver você. Já me contaram histórias bonitas, mas nunca tiveram o peso da realidade em mim. Por que elas nunca aconteceram, não do mesmo jeito, não teve a mesma forma, nunca vai ter. Mas pra que? Nunca quis um conto de fadas. Quis só o coração na mão, desenhar com os dedos numa mesa fria, fechar os olhos pro mundo, andar sozinha, ler, escrever, não deixar que me desvendem, mas também encontrar seus dedos no meio da mesa, encontrar seus olhos quando eu abrisse os meus, sentir seus braços me fazerem companhia, parar de ler, descobrir que há mais em mim do que eu pensava ter e que você quem descobriu. Abrir para o mundo todo o som, o meu som, o ritmo das horas, do relógio, do sol, o calor, o frio e a inconstância do coração.