domingo, 23 de janeiro de 2011

Lar.


Casa, Mãe, Braços, Pernas, Olhos, Peito, Sons, Família, Alma. Todos os lares são escritos com letra maiúscula. Pelo menos é assim que deve ser. Já que são únicos, os braços de certo alguém, os olhos de um amigo, as pernas de um amor, a família que ti acolhe, mesmo que essa não seja aquela a qual você pertence, a casa que te dá paz, os sons que te envolvem e a alma que se liga a você. Eu sou meu próprio lar, mas o lugar do meu corpo que é mais lar é minha mente. Ela colhe tudo. O brilho das estrelas, o cheiro da minha infância, as cores do meu mundo... Por mais que muitas vezes o meu lar estremeça, que o céu queira cair sobre mim e que tudo vire cinza. Eu sei que volta tudo ao seu lugar, o chão fica novo, ele vai ter cheiro de flor, a chuva fraca vai limpar as janelas e vão ter tantos outros lares novos dentro dele. Um sofá, um livro ou uma janela.
Se você visitar os meus lares provavelmente não vai entender o que eu vejo neles, as cores que eles tem pra mim e o gosto doce que eles tem. Talvez você entenda as frases nas minhas paredes, nem meus livros na estante, nem meu estilo "vintage" nem muito menos meu mpb. Mas se eu estiver no seu talvez eu veja tudo muito sem poesia. Mas o que importa? E se eu quisesse destruir seu lar, eu destruiria você junto. Eu sou o meu lar inteiro. Você também. E sabe o que mais? Tudo bem, ninguém visita o lar de ninguém, o lar é onde você se esconde dos demónios do seu mundo.

2 comentários:

Victor Pagani disse...

Gostei do texto, Amanda. Nosso lar, nosso 'refúgio' :)

Unknown disse...

tem selinho pra voe no meu blog ^^