segunda-feira, 28 de novembro de 2011
Liberdade.
O espirito de liberdade que entrou em contato com a alma esses tempos ainda não está satisfeito. Ele quer buscar os novos amigos, quer sentir a adrenalina correr no sangue fervente, quer beijar, quer abraçar o mundo, quer sentir como é ser alguém que gostaria de ser, quer viver a dança daquela noite estranha, quer arranhar peles, quer enlouquecer, quer soltar o corpo e deixar cair; quer muito mais do que o corpo está podendo dar... Anda querendo sair de casa e se manter longe dos que já conhece há tempos... Quer vozes novas pra ouvir, quer sentir respirações novas e não quer se apaixonar. Amar? Só os amigos. Gostar? Só dos conhecidos. Pirar? Com todos eles. Buscar a música que gritar mais alto e que esquente o coração mais rápido.
A cabeça pirada, a pele arrepiada, o cabelo fora da cabeça, o sorriso mais verdadeiro no rosto, as unhas pintadas de preto, a pele fria e branca de sempre. O vento necessário pra levar embora o medo, as antipatias e trazer a alucinação, a loucura, a novidade, a descoberta, e que essa tenha um novo sabor na sua boca.
A cabeça pirada, a pele arrepiada, o cabelo fora da cabeça, o sorriso mais verdadeiro no rosto, as unhas pintadas de preto, a pele fria e branca de sempre. O vento necessário pra levar embora o medo, as antipatias e trazer a alucinação, a loucura, a novidade, a descoberta, e que essa tenha um novo sabor na sua boca.
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Notas de vida.
Te perguntam o que é a música pra você. Nunca sabe responder. Nunca sabe definir. Deve ser pelo motivo de não se saber definir a vida. A música na verdade é a vida. A música é a união de notas, união de instrumentos, união de melodias. Cada melodia é uma história pra contar; Cada instrumento é uma parte da vida das pessoas.
O acorde do violão é o mar oscilando, batendo na orla da praia, indo e voltando, levando e trazendo os sentimentos, a calmaria. A flauta é o doce sorriso de uma criança, a doçura mais pura e verdadeira. Os solos de bateria, a loucura, o desespero, o sair da linha, o fugir. A guitarra é o sexo, a intensidade, o arrepio na pele, as unhas na pele. O acordeon é o dançar que toma conta do corpo, o rodopio que insiste em sair de seus pés, o sonho. O baixo é a base, a família; no conjunto da obra por vezes você não nota a presença dele ali, porém, ele ali faz toda a diferença. O teclado é o romantismo, o amor. O ukelele é a nova vida, o filhote. A cuíca é o gemido de dor de um coração despedaçado. O pandeiro é o rebolado. O saxofone é a descrição do prazer, o deslizar das mãos no corpo do outro. O chocalho é a chuva que lava as almas, que faz treme a calha do telhado. E por fim o triângulo; que é só um único som; que é o único pequeno brilho, o sorriso, o detalhe que faz a vida toda valer a pena.
domingo, 21 de agosto de 2011
Melhor.
Poucas e pequenas coisas dessa vida a deixava feliz, ela buscava fazer uma lista dessas coisas para nunca se esquecer, não precisava ser por intensidade, não precisava ser grande, só precisava que fosse para que ela nunca deixasse de realizar. Começou por dançar chacoalhando a cabeça; falar bobagens; rodopiar; soltar-se; sentir-se livre; segurar mãos; fechar os olhos e gritar canções; discutir a paz; falar de amor; contar seu dia; abraçar; sorrir; olhar o céu; contas suas histórias do fim de semana; escutar a vida dos outros, confortar; ser confortada... Mas notou que se fizesse tudo sozinha não teria graça alguma. Que se estivesse sozinha nesses momentos que eram os únicos que a faziam feliz, nem sua pouca felicidade existiria mais. Notou que na verdade, não eram os momentos. Eram as suas companhias. Não era o dançar chacoalhando, nem o falar, nem o rodopiar, nem o segurar as mãos que a faziam feliz. Eram as pessoas com quem ela estava fazendo aquilo. Sem essas pessoas nada teria a magia que tinha. E com elas até a calçada do boteco sujo, tinha magia. Ela rasgou sua lista. E começou uma nova e melhor. Chamou-a de "Amigos", para que nunca pudesse esquecer deles.
quinta-feira, 28 de julho de 2011
quinta-feira, 28 de abril de 2011
Conselho.
Se o que você sempre quis foi um conselho, aqui vai... Prepare-se. Pode ser tudo que você sempre quis escutar, pode ser tudo que você tinha medo só de imaginar. Presta atenção. Vai sair. Tomar um ar de graça, vai sorrir pra sentir amada, vai correr pelo mundo a fora, vai viver que a vida não demora, vai sonhar com doces de padaria, vai comprar um doce de padaria, vai chorar as lágrimas da vida, as rasteiras, as angustias, as coisas loucas. Vai sambar, se solta. Solta esse cabelo, tira esse sapato, bota o pé no chão, mas depois tira, vai viver essa ilusão. Bota a vida na corda bamba, deixa ela escorregar. Bota o cabelo no ar, toca o céu com as mãos, fecha esses olhos e começa a voar. Não se esquece de ler, mas vai ler um livro animado. Chega de romances meia boca, de comédias muito loucas. Vai ler o que os teus amigos escreveram daquela noite louca, longa, bela noite. Vai sorrir a vida dura, vai cantar a noite toda. Esquece o senso numa boa e vai rodar feito uma louca. Te anima, minha mina. Sobe nas costas dele, segura aquela mão, aperta e beija aquela boca, diz que é louca e para de andar sozinha. Vai pra praia, vai tomar banho de mar e vibra louca pro dia raiar. Solta um palavrão, até 2, deixa a raiva pra lá. Esquece a tristeza, principalmente a que não for sua. Para de citar Clarisse Lispector, Florbela Espenca, Caio Fernando, Vinícius e vai se citar, se situar. Não deixa que te ensinem o que é o amor, vai amar. Vai sentir. Não deixa o medo tomar conta de você. Não nega nunca o teu amor pelo samba, aquele samba da lapa. Não nega o teu rock, teu sex pistols, teu punk, teu hardrock. Para de tentar agradar os outros. Quem te amar de verdade vai amar cada espinha no teu rosto. Olha no outro do outro. Anda na chuva, corre com os moleques, joga futebol. Quer mudar? Muda. O Arnaldo Antunes trocou o moicano pelo terno. E nem deixou de ser ele.
Não esquece agora do que eu te falei. Vive a vida. Sem medo. Nada mais.
domingo, 13 de março de 2011
Ritmo.
Tudo em ritmo, sintonia. Tudo produz um som incrível, seus dedos nos tecidos, seus cílios se tocando, seus lábios um no outro, seu coração a bater, sua respiração confusa na minha e aquela música difusa no fundo dando o ritmo para que meus dedos percorressem sua pele quente.
Perder o compasso da minha cabeça, dos meus pensamentos, da minha razão. Mesmo que pareça pisar devagar nesse chão, minha vontade é exagerar, deixar correr qualquer bobagem, qualquer besteira, deixar sair do foco, refletir confuso ou não refletir, só absorver seu brilho, absorver você. Já me contaram histórias bonitas, mas nunca tiveram o peso da realidade em mim. Por que elas nunca aconteceram, não do mesmo jeito, não teve a mesma forma, nunca vai ter. Mas pra que? Nunca quis um conto de fadas. Quis só o coração na mão, desenhar com os dedos numa mesa fria, fechar os olhos pro mundo, andar sozinha, ler, escrever, não deixar que me desvendem, mas também encontrar seus dedos no meio da mesa, encontrar seus olhos quando eu abrisse os meus, sentir seus braços me fazerem companhia, parar de ler, descobrir que há mais em mim do que eu pensava ter e que você quem descobriu. Abrir para o mundo todo o som, o meu som, o ritmo das horas, do relógio, do sol, o calor, o frio e a inconstância do coração.
Perder o compasso da minha cabeça, dos meus pensamentos, da minha razão. Mesmo que pareça pisar devagar nesse chão, minha vontade é exagerar, deixar correr qualquer bobagem, qualquer besteira, deixar sair do foco, refletir confuso ou não refletir, só absorver seu brilho, absorver você. Já me contaram histórias bonitas, mas nunca tiveram o peso da realidade em mim. Por que elas nunca aconteceram, não do mesmo jeito, não teve a mesma forma, nunca vai ter. Mas pra que? Nunca quis um conto de fadas. Quis só o coração na mão, desenhar com os dedos numa mesa fria, fechar os olhos pro mundo, andar sozinha, ler, escrever, não deixar que me desvendem, mas também encontrar seus dedos no meio da mesa, encontrar seus olhos quando eu abrisse os meus, sentir seus braços me fazerem companhia, parar de ler, descobrir que há mais em mim do que eu pensava ter e que você quem descobriu. Abrir para o mundo todo o som, o meu som, o ritmo das horas, do relógio, do sol, o calor, o frio e a inconstância do coração.
domingo, 27 de fevereiro de 2011
Deixar.
Beijos, abraços, carinhos, olhares, dos sorrisos mais bobos, os mais proveitosos sussurros de felicidade. Será tarde para pensar em tudo isso? Imaginar que ainda existe? Que ainda posso? Que devo? Acho que não. Nada que você viveu importa, nada do que você tem conhecimento existe ali. Você é uma criança ao descobrir um mundo novo com as mãos, ao toque da ponta dos dedos, ao deslize das mãos suadas, aos olhos desviados para chão ou para o céu, ao descobrir que não importa onde esteja tudo vai parecer só um abrigo contra os olhares conhecidos, ou uma grama fria, onde você está deitado a olhar o céu só por olhar, por que sua mente estão nas histórias que te contam ali. Você foi desviado do seu mundo, nem notou. Descobriu a melhora de suas risadas, cada vez mais verdadeiras, em tantas das pessoas tão distantes e deixou nascer algo novo. E o que importa agora é não pensar demais. Só viver, sentir e deixar brilhar. Deixar que venha com seus passos, ao seu ritmo e descobrir o que é. A teoria que você tinha sobre tudo? Fez o favor de esquecer. Saber demais estragaria você.
domingo, 23 de janeiro de 2011
Lar.
Casa, Mãe, Braços, Pernas, Olhos, Peito, Sons, Família, Alma. Todos os lares são escritos com letra maiúscula. Pelo menos é assim que deve ser. Já que são únicos, os braços de certo alguém, os olhos de um amigo, as pernas de um amor, a família que ti acolhe, mesmo que essa não seja aquela a qual você pertence, a casa que te dá paz, os sons que te envolvem e a alma que se liga a você. Eu sou meu próprio lar, mas o lugar do meu corpo que é mais lar é minha mente. Ela colhe tudo. O brilho das estrelas, o cheiro da minha infância, as cores do meu mundo... Por mais que muitas vezes o meu lar estremeça, que o céu queira cair sobre mim e que tudo vire cinza. Eu sei que volta tudo ao seu lugar, o chão fica novo, ele vai ter cheiro de flor, a chuva fraca vai limpar as janelas e vão ter tantos outros lares novos dentro dele. Um sofá, um livro ou uma janela.
Se você visitar os meus lares provavelmente não vai entender o que eu vejo neles, as cores que eles tem pra mim e o gosto doce que eles tem. Talvez você entenda as frases nas minhas paredes, nem meus livros na estante, nem meu estilo "vintage" nem muito menos meu mpb. Mas se eu estiver no seu talvez eu veja tudo muito sem poesia. Mas o que importa? E se eu quisesse destruir seu lar, eu destruiria você junto. Eu sou o meu lar inteiro. Você também. E sabe o que mais? Tudo bem, ninguém visita o lar de ninguém, o lar é onde você se esconde dos demónios do seu mundo.
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Coração.
Eu já tive a noite toda o grito imenso, que já fui chamada de "minha", que ainda sou chamada de "minha". Eu que tenho os sorrisos de bons amigos pra acalmar-me, para nunca esquecer, pra deixar acontecer a vida. Eu que declarei mil emoções e no fim, bom, ele chegou e levou minhas lágrimas, que de boas eram todas. Alguém vai esquecer de mim, como eu vou esquecer de alguém. A vida é só minha passagem por você. Não marquei nada na sua pele, nem a que cobre seu corpo, nem a que cobre seu coração. Esperar mais de alguém e não ter é normal, bem normal, natural. Mas eu nunca coloquei a culpa em ninguém, a culpa sempre foi minha e desse meu coração, "esse meu coração" não quero dizer com desprezo, quero bater palmas pra ele. Merece. Amou tanto, sempre intenso, sempre longamente. Machucou-se tantas vez, sempre levantou, desejou o que era de bom pro outro e foi embora. Nunca esqueceu de ninguém que amou, rir de bobagens que disse a eles antes de dormir, das músicas que cantaram juntos, dos abraços e sorrisos, lembra-se também que foi traído, foi pisado ou trocado, mas nunca relacionou isso aos seus amores. Nunca endureceu, pelo contrário. Sempre deixou o amor entrar facilmente. Mas sair sempre foi difícil, ele se acostuma com o calor intenso.Mas nunca deixou que seu ciúme, sua devoção, sua vontade de tê-lo por perto, o prende-se. Deixou ele ir. Para que ele viva uma nova vida, sem ela.
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